segunda-feira

Das subtilezas da vida e do seu efeito nas pessoas

Esta vida está cheia de subtilezas... Sobretudo quando tentamos decifrar a disposição das pessoas. Como interpretar o olhar distante? O bocejo inoportuno? O desvio da conversa? A piada facil? O sorriso silêncioso? São tantos os sinais que transmitimos mesmo quando não queremos transmitir nenhum sinal...

- O que tens?
- Nada.

- Passa-se alguma coisa?
- Estou cansado.

- Em que é que estas a pensar?
- Em nada.

A frieza das respostas arrefece o calor da preocupação, e a vida continua, até que finalmente:

- Tenho estado a pensar...
- Então?
- Tenho aqui um problema...

E depois o problema surge, normalmente de um só jorro, daquele rosto fechado, carrancudo. Não é facil prever este tipo de situação, mas as subtilezas estão lá. Elas estão lá e só precisamos de as interpretar. Mas desenganem-se aqueles que julgam que é facil... Os desabafos só saem em determinadas circunstâncias, muito particulares, e à força de estarem durante tanto tempo comprimidos, quando saem, saem disparados. Com uma força brutal, e normalmente deixam quem os ouve de boca aberta.
Resta a questão fulcral: Como interpretar as subtilezas? Como vamos saber distinguir o cansaço verdadeiro do verdadeiro problema; O olhar distante da proximidade do problema? Não vamos. Resta-nos esperar e mantermo-nos atentos às pessoas, porque quando elas quiserem falar, elas falam, e a marca dos verdadeiros amigos é estar lá, disponível para ouvir. Verdadeiramente infeliz é aquele que não tem ninguém que o oiça.

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