Exmo. Sr. Ministro da Educação,
Venho por este meio solicitar a V. Exa uma atenção para com a situação
dramática da minha filha.
A verdade é que ela, apesar dos seus tenros cinco anos, está, posso
assegurar-lhe, completamente apta a ingressar no curso de Medicina.
Gostava, aliás, se possível, que garantisse desde já, para o fim do curso,
a especialidade de Cardiologia.
A verdade é esta: eu, a dada altura da minha vida, pus a forte
possibilidade de seguir o curso de relações internacionais. Caso o tivesse
feito, estou seguro que teria ingressado na carreira diplomática. Não o
fiz, pelo meu deficiente domínio da língua inglesa.
Ora, tivesse eu optado por este curso, estou seguro que a minha filha
teria o direito a ingressar no contingente especial para filhos de
diplomatas.
Perguntará se não será um pouco cedo para a minha filha, com cinco anos,
entrar na faculdade. Os factos, mais uma vez, têm de ser explicados: a
verdade é que, 13 anos antes do nascimento da minha filha, eu ponderei a
forte possibilidade de procriar. Não explico, por pudor, as razões que
inviabilizaram esta minha pretenção. Seja como for, hoje a minha filha
teria 18 anos.
Será justo a minha filha ser prejudicada por estas duas decisões que tomei
e às quais ela é completamente alheia?
Terá a minha filha de ser prejudicada pelo meu fraco domínio da língua
inglesa?
Terá ela de ver a sua vida académica perturbada pelo adiamento do seu
nascimento?
Expostos estes factos, pedia ao senhor ministro para despachar
favoravelmente a minha solicitação.
(texto enviado por Inês Machado)
sexta-feira
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