sábado

Uma noite no Casino

Estavamos em pleno Verão, mas as nuvens ameaçavam trazer a chuva quente de Julho. O termómetro não baixou nem um grau mas a chuva não deixou de nos brindar por causa disso. Choveu, secou, e depois continuou a chover. No café lá do bairro o ambiente era o mesmo de sempre. O burburinho das mesas cheias de gente, contrastando com a simpatia suave dos empregados, que nos reconheçem como clientes habituais... Nessa meia noite o André fazia anos. Quando cheguei ao café já lá estava algum pessoal, e outros foram chegando entretanto. O André tinha um jantar lá em casa, mas dissera que estaria no café antes da meia noite.
Antes da meia noite lá apareceu. Comemorámos, cantámos os parabéns, confraternizámos... enfim ficámos por ali na conversa até aos meus amigos se irem embora, um por um, todos menos o Didi.
- Vamos gastar algum - Sugeri.
- Vamos! - Respondeu o Didi.
Então arrancámos para o casino.
O verão continuou a fazer das suas e ofereceu-nos uma viagem até ao Estoril por entre uma bruma digna de D.Sebastião, e uma chuva intensa. O casino estava vazio. Noite de terça-feira, príncipio do mês ou não, é sempre uma noite morta no casino. Subimos ao primeiro andar, e dirigimo-nos à sala de jogo nobre, que para nossa sorte, durante o mês de Julho aceita traje informal.
- Hoje é que vamos jogar a sério... - E os olhos do Didi brilhavam.
- Cartas na mão... - Disse, tentando esconder aquele brilho de jogador que espreitava nos meus olhos.
Correu muito bem. O Didi ganhou uma data de massa, e eu não perdi nada. Ainda sem ter percebido bem como tudo tinha acontecido, demos o "belo pinote" dalí para fora não fosse o azar aparecer. Quando chegámos ao carro o Didi ainda vinha meio aparvalhado, afinal não é todos os dias que se ganha dinheiro no casino. Dinheiro fácil.
A chuva voltou a fazer-nos companhia no regresso.

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