quarta-feira

Quando era pequeno pensava que o mundo era tão pequenino...

Quando somos pequenitos julgamos que temos o mundo na mão, que ele se resume às fronteiras da nossa casa, aos limites do jardim, ao muro das traseiras (que nos proibem de trepar).
Enquanto crescemos os nossos horizontes vão-se alargando, todos os dias conhecemos mais mundo, coisas diferentes, sensações novas, inesperadas, únicas. E o mundo, aquele mundo pequenino, cresce connosco até nos ultrapassar e ficar enorme, até deixar de cabar nas nossas mãos. Então percebemos que o mundo não faz parte de nós, nós é que fazemos parte do mundo.
O mundo fica tão enorme que já não o entendemos, é demasiado grande para agarrar, chega a altura de criarmos o nosso próprio mundo. o nosso minúsculo universo de acção, que embora exceda as fronteiras do jardim, embora trepe e salte o muro das traseiras, embora ultrapasse o portão da frente, não se arrisca no escuro, nem para lá do nosso conhecimento. O mundo que criamos para nós é seguro. Comfortável. Estável. São. Lúcido. Lógico. Razoável. Previsível. ABORRECIDO...

É um mundo mínimo, e sem riscos. Onde dominamos com facilidade sem nos sentirmos vulneráveis.

Dificil é abdicar desse quentinho, abrir as portas ao mundo lá fora e a tremer de medo avançar, sem saber o que vai acontecer avançar, sem olhar para trás porque custa mais.

Este mundo é tão...Mundo.

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