sábado

Vi Lisboa a despertar

5:35 da manhã.
O sol começa a despontar no horizonte.
Pelas ruas de basalto passam os primeiros táxis da manhã, os cães farejam as esquinas por onde passaram mil vezes, com a chuva prometida para o dia inteiro, começa o festival de guarda-chuvas num desfile engasgado pelas passadeiras e paragens de autocarro.

Noto a idade das pessoas que andam pelas ruas. Não há jovens. Numa madrugada cinzenta e chuvosa como esta as pessoas andam tristes, cinzentas também.

Lisboa é lindíssima, mesmo cinzenta.

Verde, claro, luz, basalto, chuva, semáforo, pessoas que esperam para atravessar a rua, transito muito fluído, cães passeando sozinhos, pessoas com missões muito claras e já cheias de energia.

Chego a casa e puxo o estore todo para baixo. Não consigo adormecer com a cidade a acordar lá fora. Toda a azáfama mantém-me acordado. Fecho os olhos para não ver a vida que passa lá fora e adormeço. No meu sonho acordo de madrugada e depois de verificar que está a chover, abro o meu guarda-chuva igual aos outros e lanço-me no anonimato da manhã. Acordo estremunhado ás 17.00, julgando ter perdido o autocarro... Um autocarro cheio de vida passou-me ao lado.

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