quarta-feira

Civilização



O ní­vel civilizacional de uma sociedade mede-se nas pequenas coisas. O civismo, por exemplo, dependendo de uma atitude pró-activa mostra muito desse ní­vel civilizacional. Em Portugal estamos na mó de baixo.

Na estrada, é cada um por si. Todos tentam ganhar uns metros aos outros, entrando em picardias sem sentido, nem reparando que tudo funcionaria melhor se todos partilhassem a lógica do "anda um, anda outro". Falta de civismo. Estacionam-se carros até em terceira fila, o que facilita a vida de quem estaciona, mais uma vez só pensando em si próprios os "terceira-filistas" demonstram a sua falta de civismo. Furam-se bichas. Cometem-se as maiores atrocidades, tudo por falta de civismo.

Nas filas de espera, quem ainda não experimentou aquela sensação de raiva com aquela senhora que, sendo a última a chegar, é a primeira a ser atendida? Quem não experimentou a indignação de estar na bomba de gasolina à espera para comprar tabaco, e ver chegar um taxista que vai atestar o depósito e não pode esperar como as outras pessoas? Falta de civismo. Falta de respeito. Baixo ní­vel civilizacional.

Outra situação em que se pode notar este baixo ní­vel civilizacional é na assistência ao cliente. O cliente é sagrado! todo e qualquer cliente vale por si só, o esforço de um atendimento de qualidade. O serviço pós-venda é um dos serviços mais importantes de qualquer negócio. Mas em Portugal não parece. Parece mais o serviço onde se descarregam os incompetentes que não servem para mais nada senão atender uns telefonemas de uns gajos chatos, que só existem para chatear. Os clientes. Aqueles que em qualquer outro paí­s civilizado se tenta fidelizar, e cuidar com atenção. Vistas curtas têm os empresários portugueses... Baixo ní­vel civilizacional.

Num paí­s civilizado, dois homosexuais beijando-se na rua, não criam um escarcéu. As discussões no trânsito não acabam à estalada. Os taxistas não levam os turistas a dar a volta à cidade antes de chegar ao destino. Os policias não caçam multas. As filas são respeitadas. As pessoas votam nos referendos que lhes interessam. As pessoas respeitam-se. As pessoas vivem, com os outros, e não dos outros. As pessoas são bem educadas. Enfim, civilizadas.

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