quinta-feira

Viva o Pacto de Estabilidade

Pelo que sei, a Assembleia da República mandatou o governo, para renegociar, na Europa, o pacto de estabilidade. Um pacto que foi criado em tempo de vacas gordas, que não previa aquilo que aconteceu: A crise. Ninguém acredita neste pacto, e mais importante ainda, a Alemanha e a França (Economias que sustentam a economia comum da zona euro) nem sequer o cumprem porque não o acham relevante.

Mas portugal é diferente. Portugal tem uma estratégia inovadora neste último orçamento de estado. Corta no investimento público mais 15%, aumenta o IRS, e cria uma descida no IRC que se traduz realmente por uma subida. Vamos lá explicar esta parte: O IRC desce 5 pontos, passando para 25%. No entanto os beneficios fiscais acabam, o que faz com que aquelas empresas que pagavam menos (15% ou 10% ou seja lá quanto for) passem a pagar todas 25%.

E onde é que se corta o investimento público? Na saúde e na educação. Muito bem. É sabido que estas são áreas pouco importantes para o desenvolvimento e bem estar social. Afinal o que interessa ter uma educação decente? Ontem percebi finalmente (através das palavras de um senhor do PSD) que o que interessa é competir fiscalmente com os novos estados que vão entrar na UE, os estados de leste. Sendo assim está tudo explicado, não vamos apostar na qualificação do trabalho, não vamos apostar na inovação em termos empresariais (lembro-vos que este governo acabou com o ministério da ciência e tecnologia), vamos apostar na concorrência fiscal com os estados de leste... com esses é que devemos alinhar. Não interessa se estamos em divergência com os restantes estados europeus, isso agora não interessa nada...

Eu posso não perceber nada de economia, mas quando as economias mais desenvolvidas da europa, decidem cagar no pacto de estabilidade, pergunto-me o que anda Portugal a fazer?

1. Desinvestimento público;
2. Cortes na saúde e na educação;
3. Aumento dos ordenados da função pública abaixo da inflação (que se traduzem numa baixa de poder real de compra);
4. Aumento do IRS e IVA;
5. Fantochada na diminuição do IRC;
6. Fantochada no orçamento (equilibrado através de receitas extrordinárias) sem medidas de fundo estruturantes;
7. Brincar com as pessoas, (só mesmo quem quer é que acredita que assim vamos a algum lado)...

Enfim, é este o governo que temos, e foi a maioria dos portugueses que o elegeu... só espero que não cometam o mesmo erro nas proximas eleições.

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