quarta-feira

A vida é feita de pequenos nadas

As vezes nem sabemos. Nem notamos. Como as pequenas coisas nos afectam de tal maneira. Um olhar perdido, um sorrido esquecido, uma lágrima no canto do olho, ou a saudade no olhar. Aquele gesto de desagrado, aquele aperto de mão forte como se estivessemos a apertar a pessoa nos nossos braços.

Quem não conheçe o valor inestimável de um telefonema na altura certa. De um "- eu sei." naquele momento preciso. Ou de um "- Conta lá... o que foi?".

São esses pequenos pedaços de nada que, acumulados, dão o tanto que esperamos da vida. São esses momentos no tempo, tão pequeninos que normalmente não conseguimos sequer recordar, que nos fazem viver, sentir, gostar de alguém, ou pura e simplesmente odiar alguém. São esses momentos que nos fazem sentir a falta de alguém. São os sorrisos, os olhares, as expressões, as tristezas, os cheiros, as lágrimas, os gritos, os gestos, as fraquezas, e as teimosias que nos fazem falta, e que todas juntas formam as saudades que todos sentimos quando alguém por quem sentimos carinho parte. É tudo isto e mais alguma coisa... Aprendemos a viver com o estar de outra pessoa sem muitas vezes nos darmos conta de que conhecemos os seus pequenos nadas... Quando esses pequenos nadas desaparecem crescem e tornam-se imensos nadas, que por sua vez habitam nos nossos corações e se tranformam em saudades.

Penso que falo por todos, senão, falo, pelo menos, por mim quando digo:
- Tudo de bom para ti Marta. Sentimos já a falta dos teus pequenos nadas...

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